Já não me lembrava há quantos anos eu não visitava uma biblioteca pública. E não imaginava que faria no último fim de semana.
Sábado foi um daqueles dias ensolarado e maravilhoso para um passeio com as crianças ao ar livre.
Resolvemos ir a uma lanchonete e aproveitarmos para brincar numa praça próxima de casa equipada com brinquedos em madeira.
À tarde a programação parecia ter chegado ao fim, mas a volta para casa nos reservava a melhor surpresa do dia.
Acabamos fazendo um novo caminho e descobrimos uma biblioteca pública!
Você deve estar se perguntando o que tão de especial tem nisso. Pois é, foi também o meu primeiro pensamento antes de atender ao pedido animado da Aline para entrarmos e conhecermos aquela biblioteca.
E para a minha felicidade (e das crianças) eu estava enganada, aquela visita à biblioteca não poderia ter sido mais especial.
Revivi na minha memória a época em que a biblioteca era um dos principais meios de acesso ao conhecimento, ambiente de estudo e pesquisa para os trabalhos da escola. Eu me lembrei dos grupos de amigos que iam estudar junto comigo, do rateio que fazíamos para xerocar partes que nos interessavam dos livros emprestados ou das figuras que depois seriam coladas no papel almaço para ilustrar as páginas e páginas escritas à mão.
Eu me lembrei ainda de como eu admirava as bibliotecárias. Ficava impressionada com o conhecimento delas sobre tantas literaturas, autores e histórias. E foi uma vez, aos 10 anos, observando o trabalho de uma bibliotecária que pensei que queria exercer no futuro uma profissão que me proporcionasse constantemente conhecimento, como parecia ser a dos bibliotecários, e foi assim que cheguei ao jornalismo.
O mais legal é que, ao resgatar tudo isso, pude compartilhar com a Aline, que de tão curiosa com cada fato que eu contava fez o assunto render o restante do dia. Já em casa ainda falávamos da biblioteca, das minhas vivências e também da dela, naquele dia.
Foi muito bom também ver a admiração da Aline com a biblioteca. Ela conheceu um pouco também da dinâmica de uma biblioteca pública, desde o livro de entrada que assinamos para registrar nossa visita até como encontrar um livro e o sistema de empréstimo dos livros.
E o que era só para ser uma espiadinha rápida virou outra programação. A minha irmã estava com a gente e assim nos revezamos e contamos algumas historinhas para a Aline e também para o Pedro e folheamos tantos outros.
O acervo infantil era enorme e bem conservado. A Aline ficou eufórica não sabia nem por onde começar. Até o Pedro se divertiu com os livros e com os pufs.
A biblioteca estava muito bem conservada, com um espaço colorido e bastante convidativo para as crianças. Estantes baixas, mesas e cadeiras infantis, pufs e tatames em EVA, tudo o que as crianças gostam e precisam para se sentirem à vontade e se entregarem aos livros, mesmo sem saber ler como é o caso dos meus.
A Aline adorou um livro traduzido por Fernando Sabino, a Árvore Generosa, e o Pedro curtiu a Dona Aranha e explorar cada cantinho que podia alcançar, mas apesar do entusiasmo conseguimos manter a ordem e o silêncio que o lugar requer! Esse foi mais um aprendizado para a Aline, mesmo o Pedro tão pequeno tenho certeza que alguma coisa de bom ficou com ele.
Enfim, fiquei muito feliz pelo que vimos e vivemos lá.
Um passeio não programado, sem pretensões e que foi a grande descoberta do dia para os meus pequenos. Nosso compromisso agora é voltar e conhecer outras bibliotecas públicas.
Você já experimentou levar seus pequenos a uma biblioteca pública? Se ainda não, leve quando puder, tenho certeza que vocês também vão gostar!
Aproveitando, vão aí alguns aprendizados, principalmente para as crianças:
- o silêncio pode ser bom
- cada lugar tem suas regras e procedimentos que devem ser cumpridos;
- organização é fundamental;
- conhecimento pode e deve ser compartilhado;
- livros podem e devem ser doados.
beijos e boas leituras!
Maravilhoso este post!! coisas simples que com as modernidades vamos deixando de lado, mas são únicas e especiais. Parabéns!! Silvana Moretto
ResponderExcluirVerdade, mas que bom que as crianças estão aí, nos permitindo renovar o nosso olhar para as coisas que já nos parecia tão comum!
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