Uma das pomadas de lanolina usada para cicatrização das fissuras |
Ainda não comentei com vocês que sofri com fissuras nos seios, tanto no início da amamentação da Aline quanto do Pedro. E nas duas experiências consegui driblar a dor que sentia para continuar amamentando. Mas em cada uma delas tentei diferentes caminhos.
Sempre tive em mente durante as minhas gestações que amamentaria meus filhos pelo tempo que eles desejassem, mesmo imaginando que talvez não fosse uma tarefa fácil porque tenho uma relação um pouco do tipo "não me rele, não me toque" com os meus seios (rs).
Os meus mamilos são bem sensíveis, em alguns períodos, como os que antecedem a menstruação, ficam doloridos e o contato até com tecidos das roupas me causam aflição.
Sabe pessoas que têm aflição em mexer no umbigo? Então, eu acho que sinto o mesmo com os mamilos (rs).
Como eu não abria mão da amamentação encarei um processo de preparo dos mamilos, ainda durante a gestação da Aline, indicado pela minha ginecologista e obstetra.
E assim como eu costumo fazer para me encorajar em situações difíceis ou quando não tenho para onde correr, fechava os olhos, contava até três e me "jogava" no que eu tinha que fazer. Primeiro com o polegar e o dedo indicador umas torcidinhas para direita e para a esquerda nos bicos dos seios e em seguida massageava, durante o banho, os mamilos com uma buchinha vegetal.
Além da bendita aflição, doía, mesmo sendo orientada a fazer uma leve rotação e uma leve esfoliação. Ainda hoje me arrepio de pensar, mas o resultado foi ótimo, a rotação e a esfoliação deixaram os mamilos bem formadinhos, fortes e preparados para receber a Aline. Tenho certeza que foi o que ajudou a Aline a pegar o bico do seio direitinho, desde a primeira mamada.
Com a "pegada" tinha dado tudo certo, mas era somente a primeira etapa. Conforme os dias foram passando comecei a sentir muitas dores para amamentar. A sucção da Aline e a frequência com a qual eu a amentava deixaram os meus seios com fissuras e ardiam muito. A cada choro dela demandando mais leite eu quase chorava também só de pensar na dor que sentiria. E de novo eu me via fechando os olhos e contando até três, antes de colocar ela para mamar novamente. A dor me dava vontade de sair correndo, me abanando e facilmente, se eu tentasse, contaria até mil em alguns pouquíssimos minutos (rs).
O que me ajudou muito a aliviar aquela sensação de extremo desconforto foi a pomada de lanolina. Besuntava o mamilo antes e depois de cada mamada. O bom é que a pomada que eu usava não precisava ser removida antes de amamentar, pois sua composição não representava nenhum perigo ao bebê, o que ajudava a proteger o bico do peito, além de atuar na cicatrização. Nos auges da dor eu usada a mesma pomada gelada e a sensação de alívio era quase imediata.
Já com o Pedro o primeiro mês de amamentação foi um pouquinho diferente, mas para pior. Além de eu não ter preparado os mamilos com a mesma dedicação que tive com eles na gestação da Aline, contribuindo para uma “pegada” mais difícil e errada nas primeiras tentativas do Pedro, a sucção dele era mais forte e meus seios começaram a ter fissuras bem mais cedo, antes mesmo da nossa alta do hospital e eu literalmente chorava enquanto amamentava. Dessa vez, não adiantava psicologicamente em nada eu contar antes ou depois de amamentar. Nada tirava o meu foco da dor.
As pomadas já tinham entrado em ação, ajudavam, mas não agiam tão milagrosamente como na primeira experiência. O que de fato resolveu foi intercalar a pomada que eu passava nos mamilos antes e depois das mamadas, gelada; e compressas também frias/geladas feitas com o próprio absorvente de seios. Depois de usados, eu os colocava na geladeira num recipiente com tampa e esterelizado e depois de algum tempo voltava ele nos seios.
A baixa temperatura dava um alívio enorme para aquela região que ardia e o leite do absorvente agia como cicatrizante natural! Um santo remédio!
Também andei muito em casa com os seios de fora, quando não estava com as compressas, para deixar os mamilos “respirarem”! Como eu usava (e ainda uso) sutiã próprio para amamentar, daqueles que abrem totalmente na frente, em alguns períodos do dia eu o deixava aberto e colocava somente uma fraldinha presa na base do sutiã para que segurasse um pouco o leite que escorria. Mesmo assim rendeu muitos pingos de leite pela casa, mas funcionou no processo de cicatrização.
Nas duas experiências o primeiro mês foi o período mais difícil da amamentação. Mas valeu tentar tudo o que foi recomendado pela minha médica. Amamentei a Aline até os dois anos de idade e o Pedro sigo amamentando. Além de eu me sentir super bem por poder dar a eles o melhor alimento, a amamentação sempre foi para mim um compromisso com a saúde deles, um momento de entrega, de vínculo, de cumplicidade, de olho no olho, de pele, troca de carinho, amor e afeto. Passado esse período de adaptação doloroso, a sensação foi e tem sido maravilhosa e justifica tudo o que não foi tão legal no início.
Todas mamães têm histórias para contar sobre aleitamento materno, tenha ela amamentado ou não. Seria bem legal também saber como foi para você essa fase. Divida sua experiência com as mães que pensam em tudo, comentando ai embaixo.
beijos!
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