Simone Choma, terapeuta holística |
Fazer com que os filhos tenham uma alimentação saudável e regrada nem sempre é tarefa fácil. Em muitos casos a hora das refeições vira um verdadeiro caos. De um lado filhos rejeitando alimentos e do outro, pais obrigando-os a comer.
Sabemos que a atitude de obrigar os filhos a comerem até dá certo em alguns momentos, mas os pediatras afirmam, com todas as letras, que este não é o melhor caminho porque pode criar na criança uma relação ruim com a refeição, inclusive criar o efeito contrário, despertando nela uma aversão à comida.
O motivo que impede a criança de comer bem ou que a faz rejeitar determinados alimentos pode estar associado a inúmeros fatores: falta de rotina, beliscar entre as refeições, distrações na hora da refeição, manhas e birras. Além disso, pode se tratar de algo ainda mais sério como algum transtorno alimentar.
É para este problema que uma amiga querida, terapeuta holística e mãe que pensa em tudo, Simone Choma, chama a nossa atenção. A seguir um artigo escrito por ela e carinhosamente enviado para nós. Achei que tinha mesmo tudo a ver com o blog e aí está, na íntegra. Vale muito conferir. Beijos e boa leitura!
* * * * * * * * * * *
Por Simone Choma, terapeuta holística
Nos dias atuais, pai e mãe tem jornada dupla de trabalho entre profissão e responsabilidades com casa, filhos e família e, muitas vezes, jornada tripla quando resolvem retornar aos estudos.
Trazendo essa realidade para os hábitos alimentares, a preferência por alimentos de preparo rápido são mais frequentes dentro dos lares, como os fast foods, produtos industrializados, gordurosos, saturados, com excesso de conservantes, sal, corantes e tantos outros aditivos químicos que conferem sabor, aroma e textura agradáveis aos gostos diversos.
Como resultado tanto na criança como no adulto, esses produtos ocasionam num apetite desordenado, em problemas digestivos, aumento do colesterol, hipertensão arterial, diabetes, tumores malignos, obesidade ou desnutrição e tantas outras patologias físicas, químicas e psicológicas no organismo.
No caso de uma criança com obesidade infantil, por exemplo, é no período escolar e na relação social, onde muitas vezes é iniciado um processo de distúrbio emocional decorrente de cobranças por um corpo que atenda às expectativas do que seja considerado normal para sua idade diante dos amiguinhos e da própria família. Dependendo da fragilidade da criança e a forma como lida com essa cobrança e as comparações, ela pode desenvolver negativamente distúrbios e/ou transtornos em algum momento de sua vida, como a exemplo da anorexia, bulimia e vigorexia.
Além do fator de mau hábito alimentar, a área médica ainda aponta a importância de se conhecer um distúrbio mais conhecido como TAS - Transtorno Alimentar Seletivo, onde o portador tem dificuldade em comer certos alimentos com base na textura e aroma. Esse distúrbio limita a pessoa a restringir certos tipos de alimentos e, em alguns casos, ela decide excluir grupos de alimentos associados ao alimento intolerado.
No caso de uma criança, a mãe ou a pessoa responsável por ela, às vezes aceita essa exclusão com receio de prejudicar ainda mais a saúde da criança ou pela falta de informação sobre a conduta correta a ser aplicada para tratar o problema.
Duas das principais causas prováveis do TAS são:
- fobias alimentares, causadas pela ansiedade da pessoa quando apresentado a alimentos novos;
- superpaladar, onde o indivíduo possui um paladar mais aguçado, provocando rejeição aos sabores mais fortes.
Vejam agora que interessante: as prováveis causas acima apresentadas ocorrem na maioria dos casos na fase infantil, onde a percepção da mãe, pai ou pessoa responsável seria de suma importância para identificar o possível transtorno e procurar ajuda médica. A falta de informação sobre o assunto, levam os cuidadores a ignorar o transtorno e estes, em desespero, muitas vezes aplicam medidas educativas desastrosas na vida da criança, adotando métodos que as obrigam a comer os alimentos que por patologias e/ou transtornos não toleram.
Além do desconforto físico, emocionalmente, a criança passa a vivenciar momentos de tortura ao se alimentar e associa esse momento na sua formação e relação negativa com a comida.
Portanto, os distúrbios dismórficos corporais – TDC (anorexia, bulimia, vigorexia) podem ter sido iniciados na fase infantil, através das complicações de outros distúrbios como o TAS associados ou não com exemplos de maus hábitos alimentares, indisciplinas alimentares, fobias e ansiedade alimentares, superpaladar, transtorno obsessivo compulsivo, má mastigação infantil, falta ou excesso de vitaminas e sais minerais, desnutrição ou excesso dela, etc.
Acredito na educação pela informação desse tipo de assunto dentro das famílias, principalmente, através das mídias e redes de comunicação mais acessadas pela população.
O mundo contemporâneo exige muita ação, entretanto, quando se trata do ser humano, precisamos resgatar a habilidade da observação e percepção, onde ser sensível pode valer muito mais do que ser ágil e salvar vidas!
Gratidão por lerem esse texto que escrevi com muito carinho para todos nós. Namastê!
Fonte: www.minhavida.com.br - Dr. Pérsio Ribeiro Gomes de Deus, psiquiatra CRM 31656 - acessado em 29/03/2015 às 18h56.
0 comentários:
Postar um comentário